A Comissão Europeia propôs recentemente uma mudança significativa na política de coesão, defendendo a duplicação do financiamento destinado à habitação acessível em toda a União Europeia. Esta medida faz parte de um pacote mais amplo que procura realocar fundos existentes para apoiar prioridades estratégicas, como defesa, descarbonização, transição energética e, sobretudo, a criação de soluções habitacionais para os cidadãos europeus.

Com esta proposta, Bruxelas reconhece diretamente a crise habitacional sentida um pouco por toda a Europa, particularmente entre os mais jovens e as famílias mais vulneráveis. Pretende-se, assim, aumentar substancialmente os recursos financeiros disponíveis para a construção e reabilitação de habitações a preços acessíveis.

Além da duplicação de verbas, a Comissão Europeia sugere também um novo instrumento financeiro, criado em parceria com o Banco Europeu de Investimento, permitindo aos Estados-membros mobilizar fundos adicionais através de investimento público e privado, contribuindo assim para acelerar a construção de novas habitações.

Estas alterações, que deverão entrar em vigor em janeiro de 2026, são particularmente relevantes para Portugal, um dos principais beneficiários dos fundos europeus. O país poderá assim reforçar ainda mais o investimento em soluções de habitação, contribuindo para aliviar a pressão sobre o mercado imobiliário e oferecendo alternativas mais acessíveis para quem pretende comprar ou arrendar casa.