Habitação, património dos portugueses Treze anos depois, a habitação voltou a tornar-se o principal património dos portugueses, que atingiu, no ano passado, um recorde. 19 set 2023 min de leitura Os dados mais recentes do Banco de Portugal mostram que a habitação voltou a tornar-se o principal património dos portugueses. Treze anos depois, o valor investido em habitação por particulares suplantou o de outros ativos financeiros. Particulares têm quase mil milhões de euros em património Segundo o Banco de Portugal, os particulares em Portugal têm quase mil milhões de euros em património. Pouco mais de metade diz respeito a imóveis residenciais. O montante registado em 2022, de 978.976 milhões de euros, é um recorde histórico. Desde que há registos, nunca os portugueses tiveram um património tão elevado. Quer seja em habitação, quer seja em outros ativos financeiros, o valor observado no final do ano passado é um novo máximo histórico. Quase 500 mil milhões de euros dizem respeito a habitação, mais concretamente, 498.072 milhões de euros. Um valor que representa um crescimento de 9,7% face a 2021. Um ativo (quase) sempre em crescimento Desde 1980, raro foi o ano em que a habitação não registou aumento homólogo no património dos portugueses. Com exceção do período entre 2009 e 2013, pós-crise do subprime e coincidente com o período de resgate financeiro de Portugal, a habitação registou sempre crescimentos sucessivos. De realçar que, em 2022, já num período de subida de inflação e aumento de taxas de juro, os ativos residenciais aumentaram de valor na carteira dos portugueses, bem acima do crescimento registado com outros ativos financeiros. Aliás, desde 2015 que o ritmo percentual de crescimento em habitação é superior. Naturalmente, este crescimento coincide com o período mais recente de valorização expressiva do mercado. Entre 2015 e 2022, o índice de preços na habitação mais que duplicou. O património habitacional dos portugueses cresceu quase 60%. Se, por um lado, o elevado preço das casas em Portugal é um claro obstáculo à entrada de novos compradores, sobretudo dos jovens que procuram a sua primeira casa, por outro ladorepresenta um notório acréscimo no valor do património de cada um de nós. Património esse que é um ativo real, físico e que historicamente tende a valorizar no longo prazo. Muitos serão aqueles que dirão que esta subida do património de cada um de nós é, e tem sido feito, à custa de dívida. Mas deixarei este assunto para o próximo artigo. Bons negócios (imobiliários)! Artigo de Gonçalo Nascimento Rodrigues Partilhar artigo FacebookXPinterestWhatsAppCopiar link Link copiado